Entre Brasília e Salvador são 1450km, 19h e mais de 68 mil cliques em uma câmera fotográfica. Brasiliense de coração baiano, Nath Britto conhece esse percurso de cor. Mas ela não apenas tem uma memória fotográfica – ela a cria. Parafraseando Dorival Caymmi, a gente canta: você já foi à Bahia, nega? Não? Então você precisa conhecer o trabalho dessa fotógrafa. Seus olhos, tão pequenos, são como o Farol da Barra, lançando um feixe de luz infinita ao instante mais frágil, passageiro, imperceptível, de repente transformado em memória fotográfica pela sua sensibilidade artística. Não à toa, ela tem transitado pelos mais diferentes gêneros da fotografia, entre palco, retrato, e, sobretudo, documental. Nath Britto não é só passageira da ponte BSB-SSA, ela é criadora de pontes – entre o trivial e o artístico, o despercebido e o foco, o efêmero e o eterno.
Texto por Gabriel Guirá